Calendar March 10, 2011 17:27

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O rebound - CIALTM parte VI

Nunca tiveram um amigo ou amiga que tenha acabado miseravelmente uma relação e ande insuportavelmente emocional e infeliz com a vida?
Por exemplo:
Vejamos a Y. a Y namorava com o K. e depois o K certo dia deu lhe com os pés, e a Y ficou extremamente infeliz, comeu lá as suas belas caixas de Haagen daz a sentir-se miserável, e passada uma semana, arranjou o Q. o Q é trolha e trafica material informático para a Estónia… mas hey “pode ser o tal, e é muito melhor que o K
Ou então vejamos o N. o N era casado com a W, e a W fugiu com o professor de pilates para as Caraíbas e deixou-o sozinho a pagar a casa e de divórcio aviado (isto com a lei nova do divorcio é num instantinho). Passada uma semana aparece casado com a U, quarentona e mãe de dois filhos adolescentes.
Serei só eu a ver aqui alguma espécie de padrão?
Pois. Essas pessoas são as chamadas relações de recobro, ou em inglês “rebound”.
Para muita gente de estômago fraco, uma tampa acaba por ser como uma navalhada, e para tapar o corte, têm que usar a primeira coisa que apanham, nem que seja uma escova de dentes ou uma peúga usada, visto não haver compressas à mão.

O rebound é de maneira básica, o pneu de emergência do carro. Quando o pneu bom se fura, ficamos com um que só aguenta uma certa velocidade e só anda uns quantos quilómetros até ser substituído por outro pneu decente.
E a relação rebound é aquela coisa que sabemos ser errada de vários pontos de vista… mas se por acaso nos dermos ao desfrute de dizer alguma coisa aos N’s e às Y’s da nossa vida, somos logo apedrejados.

A parte engraçada é que raramente se tenta ver as coisas do ponto de vista do próprio rebound.
O rebound é uma pessoa qualquer… que mal por mal acaba por andar atrás do mesmo que toda a gente.
Mas o rebound acaba por ser sempre marginalizado. É aquela pessoa com a qual não existem interesses comuns com o grupo de amigos da namorada/o, e acaba num cantinho a mexer no telemóvel ou a emborcar uma cerveja.
E acaba por só estar lá (na relação) para ouvir as queixas da pessoa em recuperação que se alapou a ele.
Para prevenir a vossa transformação no rebound de alguém, existe apenas um passo possível.
Quando num encontro receberem de presente esta frase:
É complicado… saí há pouco tempo de uma relação”
Saibam que isto descodificado dá um “meh…vem ser o meu rebound”, paguem a continha, acabem o encontro, e risquem a pessoa da vossa lista telefónica, ou pelo menos da vossa lista de possíveis interesses. Por muito boa pessoa que seja, de certeza que não vai acabar bem.

E vocês?
Já tiveram alguma relação de rebound?
Já foram o rebound de alguém?
Já viram muitas acontecer à vossa volta?
Alguma que tenha durado mais de 2 meses?
Vá, toca a comentar ler subscrever e gostar no facebook.

[A ouvir: Dancing on my own- Robyn]
[Humor: Guloso]

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Calendar March 9, 2011 18:57

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Atitudes modernas - pt.VIII

Ando há um mês com estes dois 2 posts alojados no cérebro sem me quererem sair.
Não é falta de inspiração, porque tenho tudo mais ou menos desenvolvido na cabeça e pronto a ser redigido, mas eles não querem sair simplesmente.
Hoje no entanto um deles quis.
Hoje em dia está na moda deixar que ser “Doutor” defina personalidades.
Temos que admitir que o acesso ao ensino superior é cada vez mais fácil, tendo em conta que há 50 anos não era quase ninguém, e há 30 atrás não era toda a gente que ia para a universidade, nada a ver com a facilidade com que se ingressa num curso superior hoje em dia.
Como já devem todos estar fartos de saber, vivemos numa sociedade que vive muito à base de rótulos e de certas expectativas que se formam em torno de cada um. E agora nessas expectativas sociais está o “tirar um curso”. E quem não tira um não é automaticamente bem sucedido. Então começou a formar-se uma espécie de misticismo urbano em torno do “canudo” (vulgo diploma).
Este ano parei o curso que estive a tirar durante 2 anos por não me sentir motivado e não me identificar minimamente com o curso. E verdade seja dita, na altura em que eu disse isso, caiu o Carmo e a trindade aqui por casa. Claro que já passou esse drama todo, mas durante uns dois ou três dias foi como se tivessem descoberto que eu ando a fumar cocaína na casa de banho depois de lavar os dentes todas as noites.
Porque o que é melhor do ponto de vista social é eu tirar um curso. Eu ou qualquer jovem.
E eu quero tirar (um curso um dia destes, um curso de que goste, claro) e sou totalmente a favor do ingresso no ensino universitário, acho muito bem que as pessoas se instruam, e se tornem indivíduos mais completos a nível intelectual, e emocional se for esse o caso.

Ultimamente eu vejo uma data de notícias a rotularem esta geração, como “geração á rasca” (mais a bendita canção dos Deolinda que já me dá tonturas só de ouvir 2 segundos da música), “geração mal paga”, e por aí a fora, mas acho que estamos a caminhar para uma “geração snob”.

Sim, snob.

O grande problema é que para além de se formarem licenciados “doutores” e “mestres” a torto e a direito, estamos a formar uma quantidade faraónica de snobs.
São cada vez mais as pessoas que depois de terem o canudo na mão têm aquela estranha (e injustificada) impressão de que por terem um canudo na mão, merecem alguma espécie de tratamento especial por parte do universo.
Um curso superior torna uma pessoa mais culta (numa área muito relativa, sejamos honestos), abre horizontes de trabalho (ou não, sejamos ainda honestos)… Mas não é isso que vai fazer alguém superior.
Eu compreendo que se tenha orgulho no esforço que se faz para acabar um curso. Mas ingressar no ensino superior é supostamente uma escolha que se faz tendo em conta de inicio o trabalho que isso requer, e se nos sujeitamos a isso, não nos torna melhores nem piores que ninguém.

E enquanto as pessoas não entenderem isto ainda vamos ter por aí muito menino da mamã e muita dondoca mimada que depois de tirarem um curso, mesmo sem emprego e a viver na casa dos papás até aos 40 olham de alto para todas as pessoas como se o facto de terem andado não sei quantos anos a estudar na universidade os tornasse pessoas mais “dignas” ou mais espertas.
Vejo pessoas mais espertas a trabalharem em peixarias ou no Mc Donalds com a quarta classe do que muito engenheiro e doutor que andam praí como se fossem donos do mundo. E a dignidade não se ganha com um canudo.

Na altura em que se precisa de um diploma como arma de auto afirmação, é melhor repensarem toda a vossa postura na vida, porque algo não está bem. Uma pessoa com formação não é necessariamente uma pessoa bem formada. Uma pessoa não se forma atrás das carteiras de um instituto superior em 3, 5 ou 6 anos . A formação vem de casa e da vida toda antes e depois disso.

Se um “doutor” (o termo na moda que se aplica a tudo o que é curso) e um vendedor de castanhas forem assaltados e levarem dois balázios na testa, tenho a ligeira impressão que acontece o mesmo. Morrem os dois do mesmo e demoram relativamente o mesmo tempo. E o senhor diploma está lá em casa onde o ladrão não o viu e não lhes serviu na verdade de nada.

E vocês? 
conhecem alguém que depois de ingressar na universidade tenha mudado de atitude?
Porque é que se dá tanta importância a isto hoje em dia? a pressão social aumenta de ano para ano porquê? afinal muito licenciado anda com trabalhos que teria se não tivesse curso nenhum... né?
Concordam? Discordam?
Alguma coisa a acrescentar?
Comentem, leiam, subscrevam e gostem no facebook. ;)

[A ouvir: Battlefield- Jordin Sparks]
[Humor: Preguiçoso]

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Calendar March 8, 2011 18:42

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Post sem título porque não tenho um título decente

Ok, hoje era para ter postado, maaas esqueci-me completamente, porque me pus de volta de um trabalhito que não vem ao caso.
como agora é muito tarde e me aborrece escrever um post de raiz a estas horas, deixo aqui uma pergunta ,à qual podem responder por aqui via comentário, ou pela votação que vou pôr aqui em cima da área de postagens.
Nesta semana que passou postei aqui um texto que fiz para a fabrica de letras e que consistiu num texto, numa história, um bocadinho diferente do tipo de posts que costumo escrever aqui. e para minha surpresa, tem sido dos mais lidos desde então.
a minha questão é se vocês leitores estariam interessados em que eu escrevesse aqui uma espécie de fan fic...
ou seja, uma história dividida por capítulos, mais ao estilo do post que referi.
de vez em quando escrevo desses tipos de texto mas não os costumo postar aqui. claro que isto não alteraria em nada o blog, só acrescentava mais posts. o que pensam da ideia?
Ah, e o post a que me refiro podem ver aqui:

E já sabem:
Leiam comentem subscrevam e gostem no facebook.

[A ouvir: a novela da SIC onde tudo chora ao som de uma musica dramática]
[Humor: Criativo]

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Calendar March 7, 2011 14:41

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Aquela vez em que o Ricardo teve um tórrido encontro - quase – sexual (ou dois ou três) no comboio

Até este ano, apanhava todas as manhãs o comboio para ir e vir de Faro.
Longe estava eu de saber que essas viagens iriam mudar a minha vida…
Tudo começou numa bela manhã invernal.
De manhã há sempre uma azáfama de pessoas a sair e entrar nos comboios o que proporciona uma pequena multidão. No meio dessa multidão, sentada nos bancos, uma mulherzinha disse-me bom dia... e piscou-me o olho.
Estão a ver aquele momento mágico, em que dois olhares se cruzam, e as almas se encontram, e há magia no ar, e anjinhos a cantar, e apercebemo-nos em êxtase que encontramos a nossa alma gémea?
Pois bem, não foi um desses momentos.
Foi mais um “Ok, esperemos que aquela senhora com idade para ser minha avó tenha um grave problema de estrabismo, e esteja a fazer olhinhos ao maquinista do comboio que está na outra ponta do passeio”.
Mas como tinha mais em que pensar, fui à minha vidinha e passada meia hora já nem me lembrava daquele momento estranho.
Longe estava eu de saber que entrara num livro de romance neo-gótico sem me terem avisado.
Uns quantos dias depois do sucedido, estava eu no comboio pronto para ir para casa e de repente começo a ouvir uma voz a fazer perguntas.
Como eu não sou muito convencido, pensei que não fosse nada comigo, e continuei a ouvir a minha bela musiqueta e a pensar na vida.
De repente um enorme berro
JOVEM!”
E por obra do destino, era o único jovem efectivamente naquela bendita carruagem.
*Fuck it, pensei eu enquanto olhava para trás*
Queres ser aviador?”
*silêncio constrangedor seguido de um enorme WTF mental*
Ahm… não? Porquê?
Ai é que tas com essas hélices *aponta para os fones*
Ahm… ah… pois
E virei-me para a frente, a dar o meu melhor acto de desprezo glaciar.
*Passados uns segundos*
Ai tens uns olhos mesmo giros… se fosse mais nova fazias-me já aqui um filho seguido de uma risadinha porca.

Agora vem a parte gira. Eu quando fico muito nervoso ou constrangido começo-me a rir. Então orei imenso e comecei-me a rir. E foi aí que olhei para ela, e o meu coração deixou de bater (de medo mais precisamente)

À minha frente estava uma senhora de aproximadamente 65 anos. O cabelo grisalho penteado num look muito ao estilo “ursa do pântano sem maquilhagem”. O seu sorriso deslumbrante composto de gengiva superior com alguns dentes espalhados aleatoriamente e umas atraentes olheiras escuras. Tinha uma saia sensual acima dos calcanhares, e em cada pé uma meia de cor diferente, a conjugar completamente com as sandálias e o casaco bege ruço.
Quando olhei para ela desta vez, ela já tinha avançado 4 bancos, e estava na máxima potência de flerte.
E é nestas alturas que adoro a solidariedade humana, porque todas as pessoinhas que estavam no comboio olhavam para mim e riam que nem umas perdidas, enquanto eu estava ali sozinho e vulnerável no meu banquito.
Resolvi tentar novamente o desprezo, encostei a cabeça e preparei-me para dormir.
Quando estava quase a adormecer sinto uma mão no cabelo.
ai tu és mesmo giro

Eu acho que por esta altura já rezava para que a mulher não fosse uma transexual por operar, ou ainda acabava violado no wc do comboio sem dinheiro nem fones.
E continuou. E aprendi que era de Lisboa, e que gostava de cantar… especialmente se fosse ao meu ouvido. E no meio disto tudo eu já nem sabia se chorava ou ria.
Acabei por sair nesse dia numa estação ou duas antes da minha, só para não ir com a mulher no mesmo comboio.

Fim….





…Pensavam vocês
Não, é que isto não acabou assim, claro.
Mais tarde a senhora começou a perseguir-me.
A sério.
Ela era apalpões no comboio, chapadas no meu pobre bumbum enquanto eu passava por ela sem saber que ela ali estava (acompanhadas do olhar pervertido do costume). Promessas de quecas fantásticas (literalmente) e até aquela mítica vez que a dona Apolónia/Ilda, ela disse-me que se chamava Apolónia uma vez e Ilda outra) se sentou no meu colo enquanto fumava um cigarro.
Daquele lindo amor dos transportes públicos guardo aquele lindo momento em que ela me deu o seu bloquinho de notas e inocentemente me disse “dá-me o teu número borracho”.



…Ahm… obviamente que não dei né!

isto aconteceu tudo mesmo.
Não é uma história inventada.
a dona Apolónia (ou Polly como eu lhe chamo) ainda anda aí à caça a contar as suas lindas histórias, e a traumatizar jovens inocentes e sexys como eu (LOL)

Vá, toca a ler subscrever comentar e gostar no facebook.
amanhã respondo aos comments em atraso. ;)

[A ouvir: Style Crazy suffering - Selah Sue ]
[Humor: feliz]

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Calendar March 6, 2011 10:13

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Perguntas de Fim de Semana XII



O que é que vos põe a cantarolar de alegria?
O que é que vos dá vontade de gritar saltar, arriscar tudo e aproveitar ao máximo?
O que é que vos energiza?

Bom resto de fim de semana

[A ouvir: Ashlee Simpson - La La]
[Humor: Recomposto do stress ]

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Calendar March 4, 2011 18:47

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O amor é um lugar estranho… e toda a gente parece querer as coordenadas para lá chegar.

Desde que me lembro de existir que oiço falar no amor.

E desde que me lembro que não percebo bem qual é o grande interesse.

Não porque me considere incapaz de amar, ou porque ache que não há amor.
Talvez por não perceber bem o que é o tal “amor” que toda a gente publicita.
… e honestamente acho que muita gente que é tão entendida no assunto não entende do que fala. O amor é tecnicamente só mais uma forma de afecto… né? Quer dizer então porque é que o amor é melhor que as outras todas?... ao fim ao cabo, as pessoas já confudem tudo mesmo. Tesão com atracção. Atracção com curiosidade. Curiosidade com afinidade. e tudo isso com amor.

E toda a gente fala dele como se o conhecesse desde sempre:

"O amor faz isto”, “o amor traz aquilo”, “eu amo A, tu amas B”.
Chega a ser saturante ver tantos pontos de vista, que analisados ao pormenor são todos a mesma ideia velha remastigada. Os mesmos contos de fada irrealistas estão lá em toda a parte. As mesmas ilusões de aceitação e compreensão total, aliás, é só virar a esquina para ouvir uma canção apinhada de amor do inicio ao refrão, um livro que põe as personagens em contacto com ele, um filme, ou um blog que nos conta o quão maravilhoso é o amor de quem está a escrever ou a aparecer no ecrã.
E às tantas o que eu apanho disto tudo é mesmo:
“Amor”, ”Amor ”, ”Amor”, BLAH-BLAH-BLAH!
E há vários tipos de amor. O de mãe, o de amante, o primeiro, o anterior (que é sempre o pior, e que se calhar nem o era), o actual(que é apenas), o futuro (que é sempre o melhor)

Afinal o que é o amor?
É uma palavra?
É um bouquet de rosas e um perfume caro?
É estabilidade financeira e um lar?
É um gemido afogado na almofada de uma qualquer cama suada com cheiro a sexo?
É uma mão dada num qualquer parque?
É uma cumplicidade secreta?
É sofrer pelo outro e com o outro?
É uma série de sinais químicos que sobem o nosso córtex cerebral e nos fazem sentir as tão famosas “borboletas no estômago”?
É um estupidamente idílico “e viveram felizes para sempre?”
Quem é que decide o que é esse sentimento?
É mesmo um sentimento?
É verdade que o amor é melhor quando concentrado num só “alvo”?
É possível amar mais do que uma pessoa com o mesmo tipo de amor (que não o fraternal ou familiar a outros níveis)?
Tecnicamente matar por amor, não anula o tal amor(parece-me óbvio que sim, mas sei lá)?

Volto a perguntar: O que é o amor?

Sim, porque não acredito que o amor seja só uma daquelas acima, mas todas elas combinadas também não me parecem ser suficientes para este alarido todo. Até porque se for assim, toda a gente tem amor a dar e vender na sua vida, e nem me parece assim uma coisa tão… enorme, fantástica, maravilhosa, de tirar o fôlego.
E o que acaba por me ficar no meio disto tudo é mesmo:
“Amor”, “Amor”, “Amor”. BLAH-BLAH-BLAH!

E vocês? o que têm a dizer sobre o tema?
vá toca a ler, comentar, subscrever e gostar no facebook

[A ouvir: Alive- Leona Lewis]
[Humor: Curioso]

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Calendar March 3, 2011 17:23

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Perseguir reflexos não resulta em nada

Cansa procurar o sentido da vida.
O pote de ouro atrás do arco íris perde o apelo quando o arco íris começa a dar curvas e voltas.
Cansa porque não há direcções a seguir,
Cansa porque estamos sozinhos na busca do nosso próprio sentido.
Depender dos outros tira-nos esse sentido, descobrimos isso quando os outros não estão lá.
E cansa Porque as perguntas que fazemos não têm resposta.
Os porquês que largamos ao vento voltam para trás, ampliados pela falta de resposta.
Ele muda e transfigura-se consoante a sua vontade, camufla-se de nós, 
e confunde-nos com pistas falsas,
Numa altura da vida está em nós. 
depois passa para os outros,
Depois é o que esses outros pensam de nós, e o que nós pensamos dos outros.
Depois é o que nós pensamos de nós...
E quando damos por ela voltámos ao inicio com milhares de perguntas sem resposta, e sem rumo para uma busca sem fim 
E eu cansei-me de o procurar.
Vou parar de procurar... pelo menos hoje.
Por mais que odeie admiti-lo, deixar-me estar, observar as coisas a acontecer é muito mais prático... 
e verdade seja dita, sempre fui um excelente observador.
Talvez sem intervir nas coisas, descubra aquilo que procuro, 
ou pelo menos descubra aquilo que procuro procurar.
_______________________________________________________
Dia sem baterias... Hoje estou num.

Vou vegetar para o sofá, visto que a música me está a irritar, não me apetece ler e não me apetece falar com ninguém.
E vocês? o que fizeram da última vez que tiveram um?
Costumam acordar ou ficar muitas vezes assim?
Vá, comentem, leiam, subscrevam e gostem no facebook.

[A ouvir: Chasing Rainbows - Freddy McQuinn]
[Humor: Esgotado]

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Calendar March 2, 2011 17:20

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Morte nos subúrbios

Aviso: texto com conteúdo possivelmente chocante/violento, não aconselhável a pessoa facilmente impressionáveis.


Nos filmes fazem tudo isto parecer mais simples… matar alguém.
Sempre tive curiosidade em saber como seria matar alguém - Aquela curiosidade teórica, de quem se questiona como será ganhar um campeonato de cricket sem nunca ter jogado, ou como será fazer pesca subaquática sem nunca ter sequer visto o mar – era uma espécie de desejo adormecido que nunca tive oportunidade de realizar, sabem, com os filhos e tudo…
E agora aqui estou eu… na banheira de minha casa a lavar o sangue de uma pessoa desconhecida enquanto penso onde vou despejar o corpo.
Tudo começou hoje de manhã.
Não acordara com a ideia fixa de matar alguém, pelo amor de Deus, não sou nenhuma psicopata. Sou uma pessoa bastante calma, os meus vizinhos diriam até que sou o protótipo de vizinha perfeita. Não me meto na vida dos outros e eles não se metem na minha. Em 64 anos de existência nunca me correu mal esta estratégia.
Levantei-me para preparar o pequeno-almoço.
Fiz café bem forte, e servi duas chávenas. Enquanto beberricava a minha chávena praticamente transbordante sorri amargamente. Voltei a por a mesa a contar com Henry.
Henry é o meu marido… ou por outra… foi o meu marido. Saiu há 15 anos para ir comprar coentros para o ensopado de Domingo e nunca mais voltou. Trocou-me por uma rameira com metade da minha idade e fugiu para França. Soube quatro dias mais tarde quando fui reconhecer o corpo. Morreram os dois num despiste de trânsito, antes de chegarem ao aeroporto. Lembro-me de ter rido quando soube o que aconteceu. Mas a vida tem destas coisas… e não sou uma vítima por isso.
Despejei o café da chávena extra no lavatório e terminei rapidamente a torrada.
Era Sábado de manhã e a vizinhança estava ainda silenciosa, gosto mais deste silêncio. Viver num bairro familiar dá cabo dos nervos de qualquer um, os pais de hoje em dia não têm pulso nas criancinhas barulhentas. Arrastei-me para o sofá ainda de camisa de dormir e pantufas felpudas, liguei a TV, e no exacto momento em que a apresentadora começava a contar a história dramática de mais algum pobre coitado, a campainha tocou solícita.
-Já vai, Já vai – gritei – São dez para as sete, sinceramente, não têm melhor hora para vir a casa de uma pessoa?
Espreitei pelo olho de boi e deparei-me com uma jovem de fato castanho, distorcida pela lente concava. Abri cautelosamente a porta sem destrancar os 3 trincos de corrente perguntando asperamente de que se tratava.
-Bom dia minha senhora, se me der três minutinhos do seu dia tenho aqui uma proposta de negócio irrecusável.
-Não estou interessada – respondi rapidamente, fechando a porta na cara da jovem.
Senti-me pessimamente. Não queria ter sido mal educada com a rapariga… acabei por me arrepender e a chamar quando ela já descia a rua em direcção à próxima casa da vizinhança, com um passo rápido e seguro.
-Desculpe menina, quer entrar e tomar um café?
Acabei por me desfazer em desculpas e convidei-a a entrar. Com um sorriso condescendente disse-me que não tinha mal. Até nem era a pior situação que lhe tinha acontecido ultimamente. Soube momentos mais tarde que se chamava Susan, que se tinha mudado há pouco tempo de Londres… qualquer coisa relacionada com problemas com os pais, que trabalhava para uma companhia de TV por cabo com óptimos preços… e deixei de prestar atenção a meio da conversa.
“Mais café?” perguntei solícita. Susan anuiu com a cabeça… e enquanto me dirigia a ela com a cafeteira quase cheia e ainda a ferver, as peças do puzzle começaram a encaixar-se.
Sem família ou qualquer tipo de laços… ninguém daria pela sua falta…
E um ódio agonizante apossou-se de mim.
Não foi um ódio direccionado à rapariga sentada À minha frente que brincava com o cabelo arruivado enquanto olhava para uma fotografia velha que tinha numa moldura da cozinha… era um ódio inexplicável a toda aquela independência que nunca tive, sempre dependi do traste do Henry… e acabei sozinha nos subúrbios rodeada de casalinhos apaixonados e famílias felizes.
Dou graças a Deus de os vizinhos não terem ouvido os gritos de agonia de Susan, quando lhe despejei a cafeteira cheia directamente na cabeça.
Pensava que iria ficar imediatamente inconsciente, mas não… gritou e arregalou os olhos e acabou por me tentar atingir com a caneca que lhe dei.
Por dois segundos duvidei da minha sanidade… mas a sanidade é uma coisa muito relativa, então encolhi os ombros e bati-lhe com o martelo de moer a carne. Nos filmes quando um osso se parte, faz sempre um barulho estranho, como se estivéssemos a partir esparguete cru dentro de um saco de carne picada… mas não é nada assim. Parti-lhe um braço quando me tentava sufocar. Não pude deixar de reparar que tinha as unhas bem arranjadas… e afiadas.
Não me sentia realizada com todo este trabalho. Sempre idealizara tudo como num filme. Um tiro e a pessoa cai no chão inanimada em câmara lenta.
Ninguém me falou nos gritos e na patética tentativa de sobrevivência.
Enquanto Susan se agarrava ao braço em posição fetal no chão, peguei numa caçarola e atingi-a violentamente na cabeça. no exacto momento em que levantei a mão, aqueles olhos cinzentos claros, olharam para mim suplicantes, e balbuciou “porquê?”.
Não lhe cheguei a responder.
Desmaiou enquanto um pequeno fio de sangue lhe escorria da testa, provavelmente fracturada com o impacto.
Antes que Susan reanimasse, abri a gaveta dos talheres e espetei-lhe no coração uma faca de trinchar o peru.
Pensei que seria fácil. Como espetar uma agulha numa almofada… mas não. Um barulho de carne a ser rasgada ecoou durante minutos na minha cabeça enquanto fazia força para que a faca penetrasse completamente, e assim vi a vida de Susan fugir-lhe.
Olhei para a minha camisa de dormir. Arruinada. Pelos vistos o homicídio é uma boa desculpa para se ir às compras.
Sentei-me na cadeira agora manchada e o cheiro começou a preencher a sala.
Sangue.
Aquele cheiro férreo que fica quando fazemos um corte multiplicava-se por 100, por 1000, e empapava a minha carpete, as minhas pantufas… tive a sensação de que até o meu cabelo cheirava a sangue. Não sei como é que nos filmes as pessoas não ficam enojadas com este cheiro.
Olhei em volta e apercebi-me de que a minha cozinha parecia um cenário de filme de terror barato, acho que foi o que mais me custou em todo o processo. Pensar que tinha que limpar tudo depois.
“Fica para mais tarde” pensei.
Entrei na banheira e tomei um banho de imersão. Acho que fiquei lá por pelo menos 3 horas. A água tomava uma tonalidade rosada enquanto eu esperava que o cheiro desaparecesse do meu corpo.
E a minha história poderia acabar como num filme de acção, em que algum vizinho mais atento ouvia um grito às sete da manhã, ou um namorado desconhecido que sabia que Susan estava a trabalhar nesta zona e que juntava os pontos… mas a vida não é um Filme.
Susan acabou morta enterrada no meu jardim das traseiras, por baixo das minhas roseiras.
____________________________________________________________________________
Ai que lindo, até rimou no fim.
Bem, eu optei por abordar o tema da violÊncia por um outro prisma, mais forte e mais cru... não me apeteceu fazer um poema, e não tenham medo, que eu não tenho vontade de matar ninguém. dispenso.

O texto foi feito também com a ideia também de vos deixar algumas perguntas:
Como repararam a personagem principal tem muito uma ideia incutida de violência retirada de filmes...
Acham que os Media (mais concretamente Filmes, Séries e Livros) se viram muito para a violência?
A violência está a ser banalizada?
Alguma coisa a dizer sobre o assunto?
Gostaram do texto?
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[A ouvir: Moratorium - Alanis Morisette]
[Humor: Zen (estranhamente)]

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Calendar February 28, 2011 17:38

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adaptando o slogan da Matinal: "Se eu não cuidar de mim, quem cuidará?"

Nota: o vimeo apagou-me os vídeos todos… por isso é provável que alguns dos posts não apresentem os respectivos vídeos. Para todo o caso não se preocupem, que vou repô-los de sites onde os encontre… meh pra mim.

Esta música é das minhas preferidas, e totalmente adequada ao tema:


Don't do love, don't do friends
(Não faço amores, não faço amigos)
I'm only after success
(Estou apenas atrás de sucesso)
Don't need a relationship
(Não preciso de uma relação)
I'll never soften my grip
(Nunca vou perder o controlo)

E isto é uma óptima filosofia de vida.
Eu em primeiro lugar.
Já estou a sentir que quando lerem isto pensam “ai que horror, que coisa mais egocêntrica”
E eu respondo “e porque é que o egocentrismo tem de ser conotado como algo mau?”
A verdade é que se não nos virarmos para nós, com quem é que contamos?
Com a boa vontade do vizinho do lado?
Aham, pois.
A solidariedade e o amor pelo próximo já morreram e esqueceram-se de anunciar a data do velório no telejornal.
Eu não encaro o egocentrismo como o egoísmo, são coisas diferentes.
Pensar em nós próprios primeiro, não implica que não pensemos nos outros, egocentrismo não é egoísmo. Uma pessoa egocêntrica pode ser generosa, e uma pessoa que supostamente pensa sempre em toda a gente menos em si pode ser completamente egoísta.
Isto implica que por muito que toda a gente se esforce em mostrar uma faceta solidária e generosa, ninguém quer saber de ninguém a não ser de si mesmo.
Ainda este fim de semana fui doar roupa para a cruz vermelha.
E acho que só esta frase deu logo uns pontinhos de “Ooooh és tão caridoso Ricardo”.
Mas eu – tal como 90% das pessoas que contribuíram para esta campanha – só dei roupa que já não queria.
Não me senti realizado, porque basicamente foi o mesmo que ir ao ecoponto. Ponho lá coisas que não quero nem preciso para nada, e alguém lhes dá um bom uso.
Isto não é a meu ver solidariedade, não fiquei com aquela sensação de recompensa na barriga nem me senti uma pessoa melhor… foi tudo uma questão prática.
No momento a seguir fui às compras e nem pensei mais nos pobrezinhos… ai esperem, pessoas carenciadas, assim é mais politicamente correcto, embora toda a gente pense sempre na 1ª opção antes de dizer a 2ª.
A verdade é que como eu quase toda a gente acaba por funcionar assim.

E porquê?

Porque vivemos numa sociedade cada vez mais agressiva, competitiva e mercenária (e não, não a trocava por uma mais zen e toda amiguinha e sem sal, não tenho paciência pa pensamentos hippies), e como tal viramo-nos para a regra mais antiga de sempre:
A sobrevivência do mais forte.
E o mais forte é aquele que cuida de si e dos seus em prol dos outros.
Por exemplo, ninguém quer saber da velhota que morreu sozinha e ficou lá 9 anos a apodrecer no apartamento.
…, e muito menos dos outros velhotes que morreram a seguir e iam pelo mesmo caminho.
De certeza que não foi agora que começaram a morrer pessoas idosas em casa, logo a seguir a saber-se da história da Dona não sei das quantas (que a sua alminha esteja descansada tadinha).
Se alguém se importasse eles não morriam sozinhos, não sejamos hipócritas, façam-me esse favor.
Na semana em que esta (triste) notícia saiu e andava aí o “tchan” de interesse mediático pelos velhotes tristes e abandonados deste país, era só ver correntes de solidariedade.
Era “ai coitadinhos deles” pra cá “ai ninguém merece um fim tão trágico” para lá, e aqueles filhos que têm os pais nos lares apressaram-se a ir lá fazer a visitinha de médicos só para se sentirem melhor e poderem inchar o peito e dizer “eu cá não sou como os filhos dessa senhora, preocupo-me com os meus”.
Mas quando a notícia começou a perder o interesse mediático e voltaram as câmaras para outros assuntos, as pessoas literalmente cagaram prós velhotes e continuaram a vidinha delas.
Chega ao natal “vamos todos contribuir para as crianças pobrezinhas, afinal é natal” e dão brinquedinhos e vestem-se de pais natais e vão fazer caridade e solidariedade até À exaustão.
Depois passa o natal, e aparentemente as criancinhas pobres já não precisam da roupa dos brinquedos ou da comidinha, então voltam todos À sua rotina e deixam os otários do costume a fazer o voluntariado, para só voltarem todos a ser solidários na época de natal.
E é sempre assim que se processa.
E as pessoas que fazem isto são logo automaticamente vistas como muito fofinhas e queridas e solidárias e blablabla, mas a verdade é que só são solidárias quando têm crises de remorsos, da vida egocêntrica que vivem.
O grande problema disto tudo é que o egocentrismo é sempre visto como uma coisa extremamente negativa, e as pessoas que seguem essa… “doutrina” são sempre mal faladas, como se estivessem a fazer mal em olharem por si primeiro.
E eu acho isto bastante idiota, porque quer-se dizer, a verdade é que o egocentrismo não passa de uma gestão de vida inteligente.
No penúltimo post que fiz falei dos amigos confessionários… e a verdade é que (choquem-se) eu estou-me a cagar para os problemas de mais de metade das pessoas que se vêm confessar a mim, tal como elas não querem saber dos meus. E nem vejo qual é o problema nisso.

É nestas alturas que eu me questiono sobre o que as pessoas querem realmente.
A sério.
Vejamos, hoje em dia atingir a independência, é o sonho de toda a gente, não interessa que tipo de independência, o que interessa é que cada vez mais é tida como “meta dourada”. E o que é o egocentrismo, senão uma forma eficaz de atingir essa independência?
Sim, porque muitas pessoas o usam durante a sua vida, mas quando adquirem a tal tão desejada independência, queixam-se de que ninguém quer saber de si para nada, quando se preocuparam em que ninguém dependesse de si ou eles próprios dependerem de alguém… tecnicamente é assim que as coisas se processam... né?

PS: amanhã respondo aos comments dos dois últimos posts :P

[A ouvir: Let me Know -Gabriela Cillmi]
[Humor: Ácido]

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Calendar February 27, 2011 10:07

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Perguntas de Fim de Semana XI


(ainda hei de usar esta música num post, mas gosto tanto que não aguentei esperar mais pra usá-la)
Se o Dinheiro não traz felicidade, porque é que as pessoas mais infelizes são as que não o têm?
Acreditam mesmo nisso (do dinheiro não trazer felicidade)? 
digo já que eu não acredito, a felicidade também vem com o dinheiro, só fica se a soubermos prolongar.


Bom resto de fim de semana 


[A ouvir: Who's laughing now? - Jessie J]
[Humor: Feliz]

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Calendar February 26, 2011 18:48

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As subtilezas do msn Pt.IV

msn-priest
No msn há uma opçãozinha de criarmos “grupos” – o que nem é uma ideia tão inovadora, tendo em conta que o fazemos com os amigos reais – onde diferenciamos a “familia” dos amigos, e dentro dos amigos separamos em vários subgrupos.
Embora não tenha paciência para fazer efectivamente os grupos, tenho os amigos categorizados, e vocês devem todos tê-los também, não é uma coisa má nem discriminativa, é só para termos uma noção.
Temos os amigos da parvalheira (aqueles com os quais trocamos piadas e vídeos engraçados), os amigos dos jogos, das partilhas de música, os das conversas filosóficas e por aí afora… - como também os há fora do pc (e às vezes até desempenham papeis diferentes atrás do ecrã e À frente dele) – E no meio de uma infinidade de tipos de contactos que possamos ter, encontra-se um espécimen em particular
:
O amigo confessionário virtual.
O amigo CV(abreviando) está lá com um propósito muito especifico: Ler tudo o que temos a dizer sobre as amarguras da vida.
É uma coisa fantástica como 70% dos meus contactos me enquadram nesse espaço que eu tão benevolamente renegaria se me dessem escolha.
Nós os CV’s não temos voto na matéria. Somos escolhidos através de critérios aleatórios e incontroláveis, e quando damos por ela já não há maneira de fugir a esse rótulo que fica como um código de barras virtual.
O CV serve para ouvir problemas conjugais, para ler sobre desencontros amorosos, sobre traições, sobre infelicidade no geral, sobre problemas de desemprego e financeiros, enfim, para tudo o que mais ninguém parece ter paciência para ouvir.
E vocês perguntam: “mas não é uma coisa boa confiarem em nós para nos contarem os seus problemas?”
Errado.
É bom que confiem em nós.
É bom que partilhem as coisas connosco, mas é uma merda autêntica quando a partilha é unilateral, quando só querem falar dos seus problemas e nós não existimos.
E um CV é do mais unilateral possível.
Servem para ouvir e dar opiniões quando pedidas, mas o CV aos olhos do confessor não tem uma vida própria, ou por outra tem uma mas é facilmente posta de lado, para ser sobreposta pelos seus problemas pessoais.

E é engraçado, porque toda a gente gosta muito do seu CV.
O seu CV é um amigo muito… como é que era mesmo…. Ah! “Especial”! Uma pessoa que compreende e não julga, e que está lá sempre solícita a ouvir tudo com a maior das atenções.
O bonito é que as pessoas tendem a só se lembrar de que o CV é uma pessoa especial quando acordam na fossa e precisam de desabafar.
Uma conversa com um CV processa-se invariavelmente da seguinte maneira:
Pessoa: Oi, tudo bem (é uma pergunta retórica, não lhes interessa a resposta)
CV: oi, tudo e tu?
Pessoa: nem por isso… (and here we go)
CV: ai é? Então?
Pessoa: *vómito de assuntos desinteressantes*
Sim, e depois começam os choradinhos...
E pelos vistos o CV tem que ficar extremamente interessado na conversa, por mais mínimo ou desinteressante que seja o "problema monumental"... acho que está na cláusula contractual... de um contracto que assinam por nós e nem nos mostram.
E depois quando o CV se revolta e diz “olha vai dar uma volta que não estou para ouvir os teus queixumes, depois de não falares comigo não sei quanto tempo” as pessoas ficam extremamente ofendidas, porque foram “mal interpretadas”.
O que é giro é que cada vez mais pessoas se valem dos outros para vomitar os problemas, com a desculpa de “os amigos são para estas coisas” ora porra, mas se um amigo serve só para ouvir as coisas más, começo aqui já a cobrar à hora e a passar recibos, e viro psicólogo.

E vocês?
Já foram CV de alguém?
têm um CV?
Toca a ler, comentar , subscrever e gostar no facebook, que pra semana que vem tenho os comments todos em atraso respondidos

[A ouvir: Number One-John Legend ]
[Humor: Meh]

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Calendar February 25, 2011 17:07

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E assim chega ao fim...

...a votação relativa aos comentários, que está portanto encerrada
Obrigado a todos os que votaram.
Passo a explicar:
Há uns tempos pensei que seria interessante a pessoas sem conta google poderem comentar, e encontrei um ou dois programas (até foi por causa de um deles que perdi uns 2 ou 3 comments infelizmente)
Para os interessados, o site do programa é este. com esse programinha no vosso blog, podem receber comentários feitos por pessoas através do facebook, do twitter, e com nicks associados a e-mails fornecidos pelo comentador.
Como a opção vencedora afirma que não está ligado a ter conta no blogger (e eu não volto a meter a possibilidade de comentários anónimos, para evitar a aparição miraculosa de algumas avantesmas desocupadas que sabem quem devem ser)  o método de comentários mantem-se (até me pouparam trabalho xD)
Vou deixar os resultados por dois dias +- e depois removo, porque o intuito daquilo era apenas informativo, e não adiciona nada ao blog.
Se quiserem ler alguma coisinha, passem pela página de facebook do blog. está lá outro post exclusivo que podem comentar e ler à vontade.

[A ouvir: Rock God - Selena Gomez]
[Humor: Pensativo]

PS: vou deixar a opção de comentários fechada neste post por ser apenas informativo. 
qualquer dúvida que possam ter na utilização do programa podem usar aquela caixinha de e-mail ali em cima e mandar um mail com as dúvidas. 
Leiam, comentem, subscrevam e gostem no facebook ;)

Calendar February 24, 2011 17:00

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Atitudes modernas - pt.VII




Esta música dá-me orgasmos mentais.
A sério.

Hoje em dia ser put… ai não, esperem, “acompanhante de luxo” (ou é “call girl”?) está na moda.
Quem  é que enfiará o quê aonde?
É verdade, agora é uma profissão muito em voga.
Há uns 50 anos atrás, as prostitutas eram uma classe marginalizada, vista de lado e desprezada pela sociedade, pela vida “obscura” que levavam.
Depois disso, já houve uma fase em que todas as prostitutas eram umas coitadinhas, que tinham que recorrer ao sexo para sobreviver, e que se tivessem uma oportunidade na vida, largavam a vida e ficavam “mocinhas de bem”… Mas actualmente a ideia que há delas acaba por ser de mulheres extremamente inteligentes que usam o que tem para subir na vida e não têm muitos pudores nisso.

Acho muito engraçada a ideia de se quebrar tabus e incentivar uma mente mais aberta (incentivar, não forçar… muitas pessoas não percebem muito bem a diferença), mas não passemos do 8 pro 80.
este ano que passou (2010) somando tudo, li pelo menos 15 entrevistas a “profissionais do sexo”em diversas revistas dadas como “informativas”, e em suplementos de jornais diversos, a falarem das suas experiencias… e eu não leio muitas vezes jornais, se lesse de certeza que o número triplicava, porque de vez em quando os jornalistas acham que os leitores estão super interessados em saber no que consiste a vida de uma pessoa que recebe por “serviços sexuais”

Porra qual é o graaande mistério ali? Escolhem o cliente, mostram a tabela, vão a um jantarinho ou almocinho (opcional), dão uma queca e recebem, né?
Nãããão.

Pelos vistos ser prostituta é hoje em dia uma experiencia de enriquecimento pessoal (tenho para mim que quantos mais atendem mais ricas ficam), em que aprendem muito (pelo menos em posições e fetiches devem aprender) e se tornam pessoas diferentes (é que nem há comentário possível a isto)...

Nunca vi no fazer sexo por dinheiro uma coisa obscura, como pintaram durante imensos anos. Não imaginava a Júlia Roberts e a sua imortal peruca de franja curta, mini-saia, muito tigresse e uma pastilha mal mastigada num beco escuro… mas também não imagino uma gaja de casaco de peles, super sexy sentada numa casa luxuosa a beber champanhe de lingerie sexy, como tentam vender hoje em dia…

Sim, porque a ideia que está cada vez mais a passar é de que ser acompanhante de luxo não é o mesmo que prostituir-se, afinal elas escolhem os clientes a dedo e pedem um ordenado mínimo (ou mais) por “sessão”, vivem em casas luxuosas e têm uma vida desafogada, sendo ainda todas muito sexys e bem relacionadas…
O que nunca muda independentemente dos intervenientes serem mais ou menos ricos, de o sitio onde “efectuam a troca (troca, LOL)” ser um hotel de 5 estrelas, ou um carro estacionado numa estação de serviço… independentemente de beberem crystal ou super bock no fim, vai continuar a ir tudo dar ao mesmo (podia dizer ao mesmo buraco, mas há opções de escolha): Fazer sexo por dinheiro.

E não entendo onde é que isso é uma atitude que possa ser encarada positivamente.
Sim, porque se já foste profissional do sexo jovena, escreve um livro e vai À TV, tens logo ali um quinhão para explorar, e ficas famosa só por abrires as pernas com cobrança à entrada.
Quer dizer nem sequer falo de aceitar, porque isso é uma escolha de cada um, com a sua fruta cada um faz o que quer. Podem vender alugar ou arrendar.
Não me peçam é para dizer que acho bonito ou que não penso nisso como um bocado infeliz, quer dizer num mundo povoado de genitália, porque é que se há-de pagar por uma?

Depois começam os clichés que elas todas dizem de entre os quais escolhi o meu favorito:
“Eles (clientes) não vêm ter connosco pelo sexo. Vêm pela companhia”
Ai pelo amor de Deus, óh cabecinhas podres e ocas, cruzes canhoto.
Querem companhia?
Pagar por companhia?
Ora porra se for para me pagarem 100 euros à hora, eu sou uma óptima companhia, e tenho conversa que nunca mais acaba (até por 50! Vá lá… me liga vai?)

Para finalizar resolvi fazer a lista dos prós e dos contras:
Prós
·         Emprego garantido – A crise vai e vem, mais forte ou mais fraca, mas no mercado do sexo nunca há cá crises. Vemos cozinheiros, artistas, professores tudo nos centros de desemprego… mas nunca vemos profissionais do sexo.
·         Variedade de especialização – no sexo há gostos para tudo… é só escolher. Podem ir para dominatrix, que ganham balúrdios para espancar empresários badalhocos e podres de ricos, sem nunca terem que se despir
·         Flexibilidade de horários- Isto parece mesmo uma publicidade às vendedoras da oriflame ou da avon, mas é verdade… ela é que marca a hora quando quer e onde quer.
·         Possibilidade de confraternização com novas culturas! – É verdade, tanto se vai com um do Botswana como com um da Ucrânia, como com um do Barreiro, é só escolher.
 Contras
·         Não recebem reforma – nem têm subsídio de doença ou seguro no trabalho. Se a patareca fica inflamada tá a prostituta lixada.
·         Viver uma vida degradante – Pelo amor de Deus, sexo por dinheiro é degradante, tanto mais que 90% dessas acompanhantes “de luxo” não contam À família nem aos namorados (sim às vezes há um otário que nem sonha)

Cá para mim, a prostituição é muitas vezes o caminho “fácil”. Não do ponto de vista emocional (não compro nada o numero da quenga coitadinha, mas pronto admito a ideia que lhes custe a muitas de inicio) mas do ponto monetário. Afinal é só abrir as pernas e ganhar algum, por mais errado e complexo que seja, resume-se a isto (quantos casais não vivem à base disto, sem haver qualquer tipo de pagamento??).
Daqui a uns anos secalhar as miudinhas na escola quando lhes perguntarem o que querem ser quando crescerem vão dizer “quero ser uma call girl”… medo.

E vocês?
Acham que alguma vez seriam capazes de ter sexo por dinheiro?
Porque acham que cada vez mais se vê numa prostituta uma mulher de coragem e mentalidade aberta?
O que acham do tema?
Qual é o estereótipo que acham que se aproxima mais da "prostituta real"? a "moça de família" ou a "meretriz sem coração"? que outros conhecem?
Algo a acrescentar ?
Vá, comentai, lei, gostai no feicebuque.

[A ouvir: If you're Gonna - Natasha Bedingfield]
[Humor: Prespicaz]

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Calendar February 23, 2011 18:59

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Nunca "Get a Life" fez tanto sentido num título... ou já?

Nota prévia 1: Ok, como sabem – ou não –, criei uma página do blog (não é um perfil, é uma página, muito mais à frente xD). E como achei que era um bocado aborrecido aquilo servir só para os leitores fazerem like e pouco mais, resolvi ir postando lá coisas exclusivas.
Ou seja, de vez em quando publico lá textos de todo o tipo e feitio que não vão aparecer aqui no blog, só para tornar as coisas mais interessantes e menos lineares, posso também começar a fazer sondagens mais directamente com os subscritores e assim, sei lá. Quem não souber como ir dar lá, tem aqui o caminho (isto soou tão evangélico, credo)
Nota prévia 2: Peço desculpa a todos os blogs que costumo acompanhar, mas não tenho tido paciencia para comentar, embora tenha lido alguns… ah e BSL, tenho quase pronto aquilo que tu sabes ;)
Nota prévia 3: ando há 3 semanas com este post na cabeça, mas não saia, é horríbel quando isto acontece xD

Não sei se alguma vez jogaram a um jogo (completa e totalmente épico) chamado “the sims”.
O meu sim é a coisa mai limpinha de sempre como podem ver
O jogo consiste basicamente em vocês criarem pessoas virtuais, e viverem a vida delas como querem. É muito giro e bom para relaxar, podemos ser super estrelas num estalar de dedos, ou fazer um bebé a partir de beijos… mas isso agora não interessa nada.
O que faz esse jogo ter sido – e continuar a ser, nas versões mais recentes – um sucesso estrondoso de vendas, é a sua premissa.
O poder do controle de uma vida (virtual) é completamente posto ao nosso dispor, e sem qualquer consequência. E isso é uma espécie de desejo intrínseco que muita gente tem.
O problema aparece quando em vez de se porem a jogar aos sims, as pessoas se lembram de jogar com a nossa vida.

Já repararam como há cada vez mais gente disposta a viver a nossa vida por nós?
Cada vez mais há por aí poços de sabedoria dispostos a vomitar conselhos em cima de quem os não pede, e a verdade é que se não temos cuidado arriscamo-nos a tornar-nos marionetas nas mãos de toda a gente que nos conhece e “se preocupa”.
Sim, porque a suposta preocupação é a melhor desculpa para se dar uma “sugestão” aqui e outra ali, como quem (não) quer a coisa.
Porque uma pessoa que se preocupa não diz as coisas por mal, aliás é sempre a pensar no nosso bem… por mais que nos dêem conselhos que possam ir contra os nossos ideais ou concepções.
O problema está mesmo em que o melhor para mim, não é provavelmente o melhor para o meu vizinho do lado, nem para a minha bisavó que nem conheci.
Eu posso achar que o melhor na vida é ser uma super estrela e ter uma mansão em Berverly Hills, e o “conselheiro indesejado” pode achar que o melhor para mim é ir para um mosteiro fazer bolos conventuais.
As nossas vidas quando expostas – por mais minimamente que seja – são como mel para as moscas, atraem uma data de pessoas sedentas por uma centelha de controlo sobre nós.
Aposto com vocês que se em vez de ter postado este post, postasse um em que falava de como… hmm… me vão penhorar o carro – que nem tenho, mas pronto – e que estou a entrar em desespero e em depressão, metade dos comments iam ser de pessoas que sabiam exactamente aquilo que eu devia fazer.
De pessoas que vinham dar as tais “sugestões”.
Eu aceito muito bem conselhos e até uma ou outra sugestão (afinal não sou infalível e erro muitas vezes), a sério que os aceito… mas temos que saber distinguir as situações.
Podemos receber conselhos quando os pedimos, recebê-los quando não os pedimos, e receber instruções mascaradas de ”sugestões amigáveis”
Eu agradeço imenso a 1ª situação, não levo nada a mal a segunda, é provavelmente com boa intenção, mas a terceira opção eriça-me os cabelos da nuca.
Sim, porque começa tudo com uma pequena sugestão como “Ah, devias deixar de ouvir a banda tal” e acaba com sugestões despropositadas como “agora vais deixar de te dar com A B ou C, porque eu não gosto deles”.
O que me irrita não é propriamente a falta de noção dessas pessoas, até acho uma certa piada a isso (aquela falsa superioridade é impagável).
O que me irrita mesmo, é a maneira como reagem quando confrontados com tentativas infelizes de controlo.
Sim, porque um controlador compulsivo, quando confrontado, entra em parafuso, fica extremamente ofendido e faz um dramalhão, acabando por mudar de assunto de maneira brusca ou a transferir para nós a culpa de tudo só para não falar sobre o que não quer ouvir.
A vida é feita de erros, e custa muito a algumas pessoas que tenhamos que fazer os nossos erros por nós, ver o que queremos ou não, cair e levantarmo-nos para darmos a devida importância (ou falta dela) ao que nos rodeia, e então fazem de tudo para que sigamos aquilo que acham melhor.
E há cada vez mais pessoas dispostas a deixarem-se controlar.
Pessoas com medo de quebrar ligações que só existem porque não há a coragem de situar quem quer viver por nós a nossa vida e dizer-lhes como na canção “quem é que morreu para te nomear rei?” (a tradução literal do refrão é isto).

Porque acham que as pessoas querem cada vez mais meter-se na vida umas das outras?
Respeitam muito a vossa privacidade? e a dos outros?
Já encontraram muitos controladores compulsivos?
Como reagiram?
Quando foi a ultima vez que deram uma “situada” em alguém?
Comentai, lei e ide ao feicebuque.

[A ouvir: Careful - Paramore]
[Humor: Cansado]

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Calendar February 22, 2011 16:56

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Crónicas de um dono de casa desesperado I

Eu não vivo nos subúrbios, nem em wisteria Lane,  não tenho uma vizinha que se suicidou, ou uma penca de filhos, ou botox na testa suficiente para aterrar um Boeing 747, não tenho um caso com o jardineiro, nem peguei fogo À casa de alguém por acidente (Ok, não contemos com a da minha avó. Digamos que eu as velas somos uma mistura… escaldante) mas também sou – em part time – um dono de casa, e não falta assim tanto para ficar desesperado, então pensei: “porque não?

Cuidar de uma casa – independentemente do seu tamanho, localização, decoração, ou habitantes – é uma odisseia.
Estão a ver a história de Hércules, e os seus “12 trabalhos”, é basicaamente a mesma coisa, só que em vez de 12 temos aproximadamente um trilião deles.
Acham que matar uma hidra é trabalho duro?
Pfff… Hércules És um menino.

A loiça foi inventada por um bastardinho qualquer que não se lembrou do pormenor de ter de se lavar depois de usar, ou seja, é uma faca de dois gumes. 
Com o privilegio de se comer civilizadamente vem o sacrifício de lavar a loiça depois….
Quando acabamos de comer, e pensamos "Ah, bela vida que eu tenho" vem o fantasma da lavagem da loiça assombrar-nos... E assim, depois de reunida toda a loiça, começa a heróica jornada pelos territórios do perigoso lava loiça.
Desengane-se quem pensa que o lava loiça é uma simples associação “torneira+coisinha de ferro para meter Água e pratos” nããão!
O lava loiças é uma entidade obscura que espera para nos sugar a alma ao mínimo descuido.
E é dele que dependem as pessoas pobrezinhas como eu que não tem uma máquina de lavar loiça. é por causa dele que nunca poderei ser um modelo de mãos... mas adiante:

Fase 1: lavar
Deveria ser simples não é? Quer dizer, afinal trata-se só de esfregar a loiça com uma esponja e detergente… Oh pobres almas tão puras. Não é nada disso.
O detergente nunca faz aquela espuma toda que promete no anúncio, e não é “com uma simples passagem” que os pratos ficam a brilhar.
O lava loiça ri-se malévolo enquanto se trava uma batalha mortal entre o detergente da loiça do Lidl e a gordura do entrecosto entranhada por todo e qualquer milímetro quadrado de cada peça de loiça em que tenhamos tocado antes, durante ou depois de comer.
Fase 2: enxaguar
“Oh Ricardo plamor da Santa que tem de mais enxaguar meia dúzia de pratos tachos e frigideiras?”
*suspiro*
O problema é que nunca é só meia dúzia.
E somos só 3 aqui em casa.
A batalha começa aqui.
Encher de novo o lava loiças, desta vez com água limpa e cristalina, e começar a mergulhar a loiça toda ensaboada. Aqui entra a faceta demoníaca do lava loiças.
Ele ENCOLHE!
A sério!
Quando estamos a lavar a loiça, ele está lá, largo e disponível, e de repente, quando queremos meter tudo lá para dentro, ele fica metade do tamanho e não cabe quase nada. E aquilo tudo transborda, porque a água acaba sempre por querer saltar para cima de nós, para a bancada, para os armários para cima do forno ….. E subitamente estamos a chorar no chão da cozinha e a pensar que deve ser assim que aquelas pessoas que morreram no Titanic se sentiram todas.
Fase 3: secar
 Encharcado, cansado e traumatizado acabo com um paninho de loiça para 1500 peças respingantes que esperam por mim impacientes.
E um pano nunca chega.
Limpos 3 pratos, já esta tão encharcado como a esponja, e de repente, acabam-se os panos no armário. E tenho que ir correr a casa em busca do pano perdido.
E desespero.
Mal acabo de limpar o último garfo na bancada, começa a:
Fase 4: Tás a gozar comigo Fod@$$e?!
“Olha, afinal está aqui mais loiça!” diz a entidade escravizadora parental, enquanto entra pela cozinha adentro com mais 50 peças de loiça para lavar. Mesmo depois de ter sido revirada a zona das refeições… e o processo repete-se novamente.

E quando dou por ela lá estou eu deitado em posição fetal, com as mãos encarquilhadas, e parte da minha alma perdida para sempre na obscuridade do ralo, enquanto oiço na minha cabeça isto e a rezar para que me caia uma máquina de lavar loiça em cima, ao menos assim a minha morte não seria em vão.


Tarefas domésticas… qual é a tarefa doméstica de que menos gostam (pode ser que use a vossa tarefa “despreferida” no próximo “capitulo”)?
Nunca vos aconteceu nada disto?
Vá, comentai, subscrevei e gostai no feicebuque!

[A ouvir: Surprise - Gnarls Barkley]
[Humor: inventivo]

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Calendar February 21, 2011 18:25

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Nostalgia

Nota não relacionada com o texto: Resolvi fazer uma página do facebook pró blog, mas como tenho imensa sorte, o widget não funciona, por isso a quem tiver facebook e quiser fazer “like” deste blog, vá aqui ;)


Ok, eu adoro esta música, mas resolvi usá-la mais por uma parte especifica da letra, do que pela mensagem no geral, que hoje não estou com vontade de falar de amores e desamores e é disso que ela fala.
A parte da música que queria mostrar era:
So long my love sick youngsters,
goodbye my use to be friends.
I remember each vacation,
each day we wasted,
it felt so different then.
e é exactamente sobre isto que queria falar.
Nostalgia.
Eu sou uma pessoa com tendência a ter enormes ataques de nostalgia (embora não seja uma pessoa triste, fico facilmente melancólico e com isso vem a nostalgia em doses cavalares).
É engraçado porque basta uma pequena coisa para despoletar um enorme jorro de recordações, e só passado imenso tempo param, quando já estou cansado de me lembrar do que já foi e de o comparar com o que ainda é.
Nunca ao passarem em algum sítio, algum cheiro, ou ruído, ou uma imagem específica vos transportou para as vossas recordações?
Todos os verões, sempre que passo numa loja qualquer que seja frequentada por turistas daqueles que se banham – literalmente – em protector solar, sou imediatamente arrastado de volta aos meus 7 anos.
Vivo desde pequeno numa cidade costeira, e todos os verões ia com a minha mãe (e umas poucas vezes com o meu pai) para a praia, que ainda ficava a aproximadamente 3/4 quilómetros de minha casa, e não tendo carro, íamos a pé pelas ruelas, e parávamos em imensas lojinhas de artesanato, ou a comer gelados, ou sentávamo-nos nos bancos que ficavam em pequenos parquinhos pelo caminho.
E por mais distraído que esteja na altura, sempre que passo por esse cheiro lembro-me.
E fica sempre aquela sensação que é um bocadinho complicada de passar para palavras, porque não é um sentimento fixo, e nem sempre se sente da mesma maneira.
Fica-se com aquele sorriso distante na cara, e uma certa apreensão, como se provássemos um doce que não sabemos como saborear, sendo por isso difícil decidir se gostamos ou não dele.
Quantas vezes já abriram um álbum de fotografias, olharam para alguma em específico e se lembraram exactamente de tudo o que se passou naquele momento em que a foto foi tirada, e acabam por ter um flashback momentâneo?
Ainda na semana passada falei sobre como as pessoas conseguem morrer para nós, sem que nos apercebamos… e quando elas não morrem?
O que é comum em todos os acessos de nostalgia é aquela sensação de que alguma coisa parecia diferente na altura.
Não pior, não melhor, apenas diferente.
O gelado que comia parecia-me mais doce, mais frio.
As cores eram mais vivas, e tudo era maior.
Na altura em que tiramos fotos com antigos amigos, a ligação que partilhamos era quase inquebrável, as promessas infindáveis, e todo o tempo do mundo esperava por nós.
Ao olharmos agora para essa mesma foto reparamos que muitas vezes já nem conhecemos as “versões actuais” das pessoas que habitam essa fotografia, mas ainda assim não deixamos de nos sentir qualquer coisa, mesmo sabendo que nem tínhamos assim tantas coisas em comum, nem nos conhecíamos tão bem, e que nem estávamos muito interessados em tentar fazê-lo.

E de vez em quando ela volta, sem aviso ou motivo, e damos por nós a pensar no que terá mudado, para além de nós mesmos, porque embora pareça simples, nessas alturas não encontramos nenhuma resposta plausível para esta pergunta.

Ficam facilmente nostálgicos?
O que vos costuma causar esse sentimento?
O que acham que muda para além de nós próprios?
Acham que há uma “boa” e uma “má” nostalgia? assim ao estilo de se ficar triste ou feliz consoante?
Não têm nenhum cheiro “de estimação”? e um som? um cenário? um sabor?
Comentem o assunto, leiam, "laikem" e subscrevam!

[A ouvir: All the boys - Keri Hilson]
[Humor: Ahm... Nostálgico né? xD]

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Calendar February 20, 2011 05:00

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Perguntas de Fim de Semana X





Pelo que é que vocês são maníacos?
Quais os vossos vícios, paixões, aquilo que nunca é demais.
Ah e nada de respostas politicamente correctas estilo "A minha família" ou "o meu xuxu", essas não contam, sejam materialistas saxavor que eu não me importo!
Se responderem coisas interessantes, digo-vos qual é a minha

[A ouvir: Sample In a Jar - Phish]
[Humor: Divertido]

Ps: eu sei que esta semana fiz poucos posts, mas tive pouco tempo e inspiração. pra semana prometo que há mais ;)

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Calendar February 17, 2011 18:31

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Alucinação



Abri os olhos.
Tudo era vidro.
Eu era vidro claro e cristalino, numa prateleira exposto como um troféu.
E paralisado esperei que a minha virtude desaparecesse atacada pelo tempo.
E quando o vidro de que era feito se tornou baço e manchado, a mão que me colocara na prateleira deitou-me fora.
E flutuei.
Flutuei no meio de chumbo leve como uma pluma.
E ri.
E chorei.
E entreguei-me a uma falta de nexo que pouco me importou.
E agredi pessoas que não estavam lá, com as minhas palavras, que queimavam ao sair.
E sangrei, de ódio.
OH O ÓDIO.
E o amor afagou-me a cabeça vestindo trajos fúnebres enquanto me acalmava.
E drogou-me.
E as espirais sufocantes feitas de algodão e ácido queimavam-me os olhos lacrimejantes.
Quanto mais evitava chorar, maior era o fluxo.
Até que a tinta começou a escorrer dos meus olhos, azul, vermelha, roxa, amarela, laranja, e negra.
E todo aquele turbilhão de cores engoliu-me automaticamente, naquele momento que eu nada era.
Passei o outro lado do espelho e gritei “NÃO HÁ UM COELHO BRANCO”
E o espelho quebrou-se em estilhaços, como que gozando de mim.
E de cada estilhaço saiu um eu.
Escolhi uma silhueta e ataquei.
Sorri quando o apunhalei com um estilhaço dos meus sonhos.
Sorri por sentir a sua dor prazenteira e por me aperceber que ele era eu, e que era o meu sangue que derramava com as armas do destino.
E a sala encheu-se de todos os meus eus, no tecto, no chão e em cada partícula de ar que respirava, rindo em uníssono, uma gargalhada azeda e jocosa.
E senti-me vivo ao morrer.

E ao morrer percebi que já não estava louco, porque a loucura de que todos padecemos, só é loucura até ser entendida.

[A ouvir: Music- September]
[Humor: Louco]

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Calendar February 16, 2011 16:13

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Alguma vez mataram alguém?

Eu tive um amigo, chamemos-lhe J, e passados uns quantos anos de convivência acabamos por nos afastar, por diversos factores (que agora não vêm ao caso), até que a dada altura acabei por me “desamigar” – esclareçam aqui esse termo - dele por, não o considerar assim tão amigo quanto isso, e pela distancia, e por todos os factores dos quais (não) falei acima.
Aqui há uns dias estava a ver TV, e por causa de uma expressão qualquer que disseram na altura, lembrei-me dele (Sabem, quando alguma coisa fica para sempre associada a alguém, não importa quanto tempo se passe?)

E então aconteceu-me a coisa mais estranha.
Sabem aquela sensação de quando vão dizer alguma coisa, mas se esquecem do quê?
Eu não me lembrava dele.
E fiquei aproximadamente 5 minutos congelado a olhar para a televisão sem ver efectivamente nada do que se estava a passar, enquanto percorria as minhas memórias a tentar dar sentido À tal frase que associei àquela pessoa… mas não consegui.
Quer dizer, eu lembrava-me dele, eu sei que o J existiu e que nos demos relativamente bem, mas não me lembrava dele como uma pessoa.
Lembrava-me dele como me lembro do sofá da casa da minha avó, aquele que ela tinha quando eu tinha 8 anos.
É uma espécie de ideia base, uma vaga memória ou uma referência de algo que esteve lá, mas já não está.
Não me lembrava de como era a voz dele, De se ria alto ou baixo, De se dava gargalhadas, de se tinha os olhos castanhos pretos verdes ou azuis, de se era crava ou se cantava bem.
No lugar onde esteve um dia uma pessoa no meu cérebro, formou-se um borrão impreciso (muito ao estilo da imagem ao lado). Uma mescla indefinida de uma existência que já não existe para mim.
Já não era uma pessoa.
Já não era, simplesmente mais do que uma sombra a preencher as réplicas dos cenários onde o verdadeiro J um dia esteve dentro da minha cabeça.
É uma situação complicada de descrever, que sinceramente não tem nenhuma carga emocional, a não ser a frustração com que fiquei por não me conseguir lembrar de porque é que fiz a associação entre aquela frase e aquela pessoa que não passa afinal de um estranho que num outro tempo acabei por conhecer.
Até comentei com a Cruz que é muito raro isto me acontecer.
Sabem como em todos os filmes, novelas, livros e por aí com carga emocional em que morre alguém, há quase sempre aquele típico comentário”O *nome do personagem morto* estará sempre vivo enquanto te lembrares dele” ?
Acabei por perceber finalmente o que quer isso dizer.
E nessa altura soube que matei o J.
Não foi preciso dar-lhe um tiro, atropelá-lo, ou desejar que ele morresse com todas as forças dentro de mim.
Não houve armas.
Não houve sangue.
Não houve velório.
Não houve lágrimas.
Mas houve uma morte.
Não o matei deliberadamente (acho eu) nem de forma brusca e enraivecida.
Deixei que a sua memória morresse no meu interior até se tornar numa mera referência na minha cabeça.
E o que me fez mais confusão no meio disto tudo foi pensar que não senti nada ao aperceber-me disto.
Não senti nada.
E quanto mais pensei no assunto, mais percebo que como o J, tenho umas outras tantas “sombras” a vaguear pela minha memória, por exemplo:
Tenho a B, a minha maior crush de verão dos últimos 4 anos +-, sei que era morena, e lembro-me que usava muito perfume e que tinha a pele extremamente macia – Não sei o que vos passou pela cabeça mas eu passava-lhe imensas vezes o bronzeador – , mas não me lembro de mais grande coisa.
Ou a Daniela (Ok eu tinha de dizer este nome porque prontes) que foi a minha melhor amiga dos 10 aos… 12 anos +- e só me lembro que tinha a cara muito redonda e usava trança.
Ou do F, que ia lá à minha casa imensas vezes e com o qual fiz o primeiro acto de vandalismo (que envolvia um pedregulho maior que a minha cabeça e um carro. Não foi bonito, vos asseguro), e só sei que ele usava óculos redondos.
Não é preciso odiar alguém para que essa pessoa morra para nós.
Eu não odiava nenhuma destas pessoas (até gostava imeeeenso da B), mas elas morreram todas uma a uma “pelas minhas mãos” e sem grande coisa que eu pudesse fazer, até serem apenas silhuetas do que foram ou representaram para mim.

E eu pergunto-vos:
Já “mataram” alguém?
O que acham que é preciso para que tal aconteça?
Conseguem dar outro ponto de vista nesta sensação tão estranha? Ou interpretam isto de uma outra forma?
Alguma vez reencontraram alguma pessoa que tenham “matado”?
Se sim, qual é a sensação (nunca me aconteceu)?
Digam o que acham do assunto, subscrevam, e leiam ;)
Ah e não se esqueçam da votaçããão!

[A Ouvir: Drive -Dana Fuchs]
[Humor: Pensativo]

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Calendar February 14, 2011 17:11

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O Ricardo e o divórcio

Nota não relacionada com o texto nº1: Como devem ter reparado, uma mão cheia de comments mais recentes desapareceram. Fui eu sem querer que os apaguei, porque ao experimentar uma coisa nova pró blog fiz a proeza de duplicar TODOS os comments, ou seja fiquei com 3000 e tal comentários e tive que andar a eliminar os duplicados. Por arrasto foi um comentário da Shell Maria, um da Ana e um da Inês sem querer (isto sem contar que tive que responder aos posts todos outra vez porque os meus também foram. Por isso não estranhem se tiverem feito um comment e eu não lhe responder. Posso tê-lo apagado sem querer. Se não for incomodo e o tiverem feito, agradecia que comentassem outra vez.  
Nota não relacionada com o texto nº2: agradecia imenso que respondessem a uma votação que vou abrir ainda hoje e que vai estar mesmo ali ao lado, sobre comentários, preciso de saber a vossa opinião para saber se adopto um novo estilo de caixa de comentários mais abrangente. Agradecia a colaboração.

Podes ficar com as jóias, a casa, o carro, mas não ficas ca Bimbyyyy 
Ok, eu não resisti, achei completamente apropriado de uma forma retorcida. Para quem não sabe – e acredito que haja muita gente que nem faça ideia – O dia de São Valentim existe graças a um padre chamado Valentim na época dos Romanos, que fazia casamentos contra as proibições do imperador Cláudio II (que acreditava que sem família os jovens iriam mais depressa para a guerra. E casados tinham família… e pronto, percebem a ideia) e no dia 14 de Fevereiro de 270 decapitaram-no por isso mesmo (simpáticos huh?).
Pasmem-se alminhas que pensavam que era quando o cupido fazia anos (LOL)
É que de uma forma barbáricamente retardada, a ideia que há – mesmo depois de 1741 – é que um casamento é o passaporte para uma felicidade garantida, depois de uma bela festa, um vestido ridiculamente caro que nunca mais vai ser usado, e uma batelada de dinheiro para convidar aquela família que vemos uma vez por ano e que provavelmente nem conhecemos assim tão bem, e os amigos e conhecidos que trazem o seu “plus one” (or two) e fazem com que dê a impressão de que conhecemos 200 pessoas em vez das reais 50.
Mas e quando não é?
Sim, porque não é á toa que a taxa de divórcios tem vindo a escalar em velocidades perigosas ano após ano, por este mundo fora.
Não consigo acreditar naquela história de “até que a morte vos separe” porque a não ser que se tenha um enfarte fulminante na noite do casamento, é muito mais provável que se acabe mais cedo o “encanto” e o casamento vá para o espaço.
O casamento não vai tornar o entendimento mais ou menos fácil, bem como uma união de facto, ou o caso de viverem juntos.
Isso é história para boi dormir.
O grande problema está exactamente na romantização.
Como estamos numa sociedade tão individualista e apologista do sucesso pessoal numa base competitiva (nem vou referir os posts em que já falei disto, já foram uma penca deles), há uma pressa maior de se ser bem sucedido, e um medo de acabar sozinho (por ser de certa forma antagónico ao pretendido numa vida bem sucedida).
Uma pessoa bem sucedida tem que o ser a todos os níveis, amoroso incluído.
Esse desespero acaba por toldar o raciocínio a muitas alminhas, que pensam que sentir calores ao nível da virilha pelo namorico actual é o mesmo que encontrar o amor de uma vida, e então saltam desesperadamente etapas para o casamento de sonho.
O que estraga toda esta lógica com pouca lógica, é que para se fazer qualquer uma das coisas acima (viver juntos, casar ou ter uma união de facto) não basta uma paixão fulminante.
Isto não é um livro da Stephnie meyer, em que uns quantos “amo-te” dão direito a um casamento eterno. É uma coisa mais complexa. Quando as pessoas se casam devem ter em conta aquilo que sentem, avaliar se sentem algo suficientemente forte pelo outro para o deixarem entrar na sua vida de forma tão .

Obviamente que depois, 85% destes casamentos relâmpago – todos muito românticos, muito felizes, muito apaixonados e genuínos – acabam por nem durar dois anos (e isto sou eu a ser simpático) , e não é por falta de amor. É por inexistência do mesmo.
O amor é aquela coisa da tolerância e blablabla, e quando não suportamos todos os defeitos do outro, não há cá amor, por mais incrível que seja o sexo.

E então entra aqui (ou deveria) o divórcio.
E o que é engraçado, é que em pleno século XXI que é supostamente o da tolerância, ainda há muitos tabus a rondar o assunto.
O divórcio tem por base a separação do casal, é mais uma formalização do que outra coisa, é como eu lhe chamo “o break up dos adultos”.
Digo que é uma formalização, porque se analisarmos bem as coisas, é mais que óbvio que a separação não acontece de um dia para o outro e não é por artes mágicas que alguém se quer desagregar de alguém com quem partilhe a vida de forma tão directa. A separação já está lá quando se opta por tomar a medida mais drástica.
Sou total e completamente apologista do divórcio, desde que haja motivos para isso. Vamos ser realistas, há casamentos que não têm salvação por mais boa vontade que haja de ambas as partes.
Como por isto de maneira simples… Um casal é como um conjunto de engrenagens. Se não encaixarem uma na outra (isto soa tão, mas tão pornográfico) por mais que tentemos não e o mecanismo não vai funcionar.
Mas as pessoas têm muito medo, e então acomodam-se. Deixam andar, e vivem numa espécie de dormência afectiva que pode durar toda uma vida.
E usam exactamente os medos: medo de ficar sozinhas, medo de não encontrar mais ninguém, medo de recomeçar, medo de admitir que não conseguiram manter um casamento (por mais insustentável que este possa ser, e não estou aqui a falar daqueles casos de violência doméstica, isso é um caso que não vai de encontro ao que eu quero especificar)…. Ou então usam os filhos como desculpa.
E eu pergunto, mas e o que é que ganham com isto?
As crianças podem sofrer inicialmente num divórcio, mas habituam-se e até acabam por encarar na maioria dos casos a mudança como benéfica. Porque manter uma relação de fachada é muito mais doloroso para elas. Ser jogado no meio das brigas dos pais e achar que é normal é muito menos saudável do que a dor temporária que um divórcio lhes causará.
Quanto ao resto… mais vale só que mal acompanhado, digo eu. Nunca me divorciei, mas não vejo sentido em estar numa relação que não seja emocionalmente proveitosa para ambos (ai que frase tão finesse).
Claro que também há o outro reverso da moeda. Aquelas pessoas que pensam no divórcio como primeira instância para resolver qualquer discussão mais acalorada.
Não sei se conhecem algum caso, mas eu acho ridículo aquelas pessoas que se divorciam, e passado menos de 8 meses se voltam a casar e andam neste ciclo vezes e vezes sem conta, sem saber se querem carne ou peixe. Nunca percebi muito bem qual é a ideia. Um casamento/vida conjunta requer cedências, adaptação e alguma presistencia… pode parecer que me estou a contradizer mas é uma coisa completamente diferente, acima refiro-me àqueles casamentos que se arrastam e nunca desenvolvem por mais que se tente. Neste caso é mesmo falta de vontade de tentar ver outros pontos de vista e adaptar-se às opiniões do outro em alguns casos.
Casamento não é o mesmo que um namorico que se acaba quando já não há interesse. Temos de ter em conta que a nossa vida romântica não é a novela das 8 com uma paixão infinita e uma pessoa perfeita ao nosso lado, e que não é do pé pra mão que se encontra a alma gémea e se dá um passo tão importante como juntar os trapinhos, para depois se voltar atrás quando aquele encanto inicial se evapora.
É muito engraçado se compararmos. A geração dos nossos pais é a que tem sempre mais picuinhices com esse assunto, e a nossa geração usa o divórcio sem pensar muito se vale a pena, parece que ainda não se conseguiu chegar a um meio-termo geral.
Resumindo: Por mais drástica que seja esta solução, há muitos casos em que é a única volta a dar ao assunto porque arrastar uma vida de infelicidade não é solução para ninguém… no entanto há outros casos em que o divórcio é usado como ferramenta para fugir aos trabalhos que dá uma relação séria, o que acaba por distocer um bocado a ideia que se tem de relações sérias hoje em dia e da maneira de lidar com elas, que não é sempre a mais fácil.

E vocês?
São contra, ou a favor do divórcio?
Conhecem algum caso dos acima descritos?
Já passaram por tal coisa, ou alguém próximo passou por isso?
Acham que se banalizou muito a ideia de uma relação séria?
As pessoas estão a ficar tãtãs e não conseguem distinguir paixão de algo mais?
Vá, comentai, e subscrevei saxavor! 
e se gostarem do dia (não é o meu caso, odeio, cambada de consumismo idiota associado a uma hipocrisia geral, mas prontes) Bom dia de S. Valentim.

[A ouvir: Yeah Yeah - Cheryl Coleft. Travis Mc. Coy]
[Humor: Filosófico]

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